quinta-feira, novembro 02, 2006

"É da natureza do amor
- como Lucano observou há dois milênios e Francis Bacon repetiu muitos séculos depois -
ser refém do destino". (p.21)

"Todo amor empenha-se em subjugar, mas quando triunfa encontra a derradeira derrota. Todo amor luta para enterrar as fontes de sua precariedade e incerteza, mas, se obtém êxito, logo começa a se enfraquecer - e definhar. Eros é possuído pelo fantasma de Tanatos, que nenhum encantamento mágico é capaz de exorcizar. A questão não é a precocidade de Eros, e não há instrução ou expedientes autodidáticos que possam libertá-lo de sua mórbida - suicida - inclinação". (p.22)

"Não importa o que você aprendeu sobre o amor e amar, sua sabedoria só pode vir, tal como o Messias de Kafka, um dia depois de sua chegada.
(...) O amor é uma hipótese baseada num futuro incerto e inescrutável. O amor pode ser, e freqüentemente é, tão aterrorizante quanto a morte. Só que ele encobre essa verdade com a comoção do desejo e do excitamento". (p.23)

Zygmunt Bauman, 2004
Amor Líquido - sobre a fragilidade dos laços humanos - Zahar

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