terça-feira, junho 27, 2006

Sonetos que não são

de Hilda Hilst

Aflição de ser eu e não ser outra.

Aflição de não ser, amor, aquela

Que muitas filhas te deu, casou donzela

E à noite se prepara e se adivinha

Objeto de amor, atenta e bela.

Aflição de não ser a grande ilha

Que te retém e não te desespera.

(A noite como fera se avizinha.)

Aflição de ser água em meio à terra

E ter a face conturbada e móvel.

E a um só tempo múltipla e imóvel

Não saber se se ausenta ou se te espera.

Aflição de te amar, se te comove.

E sendo água, amor, querer ser terra.

( Roteiro do Silêncio(1959) - Sonetos que não são - I)

(Poesia: 1959 - 1979 - São Paulo: Quíron; [Brasília]: INL, 1980.)

(Do Amor - São Paulo: Massao Ohno Estúdio - Edith Arnhold / Editores, 1999.)

RAZÃO-PAIXÃO


"A dialógica razão-paixão é uma arte existencial delicada: é preciso saber correr o risco da paixão, mas evitar de ser aniquilado por ele; é preciso saber se perder e se encontrar no amor, perder-se para encontrar-se, encontrar-se para perder-se."

Morin, Edgar. O método 6: ética. Porto Alegre – Sulinas: 2005:136

segunda-feira, junho 26, 2006

Ética Planetária

A ética planetária só pode afirmar-se a partir das tomadas de consciência capitais:

  1. Tomada de consciência da identidade humana comum na diversidade individual, cultural, de línguas.
  2. Tomada de consciência da comunidade de destino que liga cada destino humano ao do planeta, até na vida cotidiana.
  3. Tomada de consciência de que as relações entre seres humanos são devastadas pela incompreensão e de que devemos educar-nos para a compreensão dos próximos, mas também dos estranhos e distantes do nosso planeta.
  4. Tomada de consciência da finitude humana no cosmos, o que leva a conceber que, pela primeira vez na sua história, a humanidade deve definir os limites da sua expansão material e ao mesmo tempo empreender o seu desenvolvimento psíquico, moral e espiritual.
  5. Tomada de consciência ecológica da nossa condição terrestre, que compreende nossa relação vital com a biosfera. A Terra não é a soma de um planeta físico, de uma biosfera e de uma humanidade. A Terra é uma totalidade complexa física-biológica-antropológica em que a Vida é uma emergência da sua história e o homem uma emergência da história da vida. A relação do homem com a natureza não pode ser concebida de maneira redutora ou separada. A humanidade é uma entidade planetária e biosférica. O ser humano, ao mesmo tempo natural e sobrenatural, deve buscar novas forças na natureza viva e física da qual emerge e da qual se distingue pela cultura, pelo pensamento e pela consciência. Nosso vínculo consubstancial com a biosfera nos leva a abandonar o sonho prometéico do controle da natureza pela aspiração ao convívio na terra.
  6. Tomada de consciência da necessidade vital da dupla pilotagem do planeta: combinação da pilotagem consciente e reflexiva da humanidade com a pilotagem eco-organizadora inconsciente da natureza.
  7. Tomada de consciência da Terra-Pátria como comunidade de destino/de origem/de perdição. A idéia de Terra-Pátria não nega a solidariedade nacional ou étnica e não tende de forma alguma a arrancar cada um da sua cultura. Acrescenta aos nossos enraizamentos um enraizamento mais profundo na comunidade terrestre.

Morin, Edgar. O método 6: ética. Porto Alegre – Sulinas: 2005 (163,164)

domingo, junho 25, 2006

terça-feira, junho 13, 2006

sexta-feira, junho 09, 2006

quinta-feira, junho 08, 2006

DELEITE ESTÉTICO&ÉTICO



Espero ter promovido
o mesmo deleite estético que me assalta,
quando vejo as imagens que postei até agora...

Imagens que falam
de meus olhares para o mundo,
para mim mesmo...

Discursando sobre outros que me tocam
e deixam marcados seus registros.

Imagens que transmitem relatos,
congelam fatos,
distorcem e refazem realidades.
Atravessados por valores,
nem todos explicitos,
todos múltiplos,
imagens que falam de uma ética...
ou de múltiplas...
Antropoética composta de saber e loucura.
Mergulhado nesse universo imagético,
me encontro mais em mim.
Reunindo esse conteúdo estético,
minha ética florece,
é desnudada.
E nú, permito-me
viver.

quarta-feira, junho 07, 2006

terça-feira, junho 06, 2006

Max Ernest
The Virgin Spanking the Christ Child before Three Witnesses, 1926
Jackson Pollock The Tea Cup, 1946
Oil on canvas, 40 x 28 in; Collection Frieder Burda, Baden-Baden

segunda-feira, junho 05, 2006

Octavio Ocampo
"Visions of Quixote"

Signed Limited Edition Giclee on Canvas: 30" x 36"
Open Edition Prints: 8 x 10, 10 x 13, 18 x 22
2005

sábado, junho 03, 2006

TEATRODANÇA



"Für die Kinder von gertern, heute und morgen"
(For the Children of Yesterday, Today, and Tomorrow)
A piece by Pina Bausch
Tanztheater Wuppertal Pina Bausch
Howard Gilman Opera House
Brooklyn Academy of Music
New York
November 16, 18-21 , 2004

by Nancy Dalva
copyright © 2004 by Nancy Dalva