quarta-feira, setembro 27, 2006

São Cosme & São Damião







As cirurgias de Cosme e Damião
Os médicos Cosme e Damião, os santos mais populares da Idade Média. A arte médica dos irmãos, possivelmente gêmeos, pode ser apreciada nas telas "Cosme e Damião Transplantando a Perna de um Mouro", exposta no Science Museum (Londres), e "Cosme e Damião", que encontra-se na Staatsgalerie (Stuttgart).







terça-feira, setembro 26, 2006


Ernest Neto
Metal/Tecido, 1987/1997
Iron over fabric
69 x 49 x 2 in.


Miguel Rio Branco

Between the Eyes, the Desert, 1997
( 3 x 9m continuous loop slide projection with soundtrack, In Site 97, San Diego)

domingo, setembro 24, 2006

Cariocas

cariocas são bonitos
cariocas são bacanas
cariocas são sacanas
cariocas são dourados
cariocas são modernos
cariocas são espertos
cariocas são diretos
cariocas não gostam

de dias nublados


cariocas nascem bambas
cariocas nascem craques
cariocas têm sotaque
cariocas são alegres
cariocas são atentos
cariocas são tão sexys
cariocas são tão claros
cariocas não gostam

de sinal fechado...


Adriana Calcanhoto

sábado, setembro 23, 2006

"Eis o que chamo de interfragilidade. Para chegar a ela, é preciso percorrer três planos: a) primeiro, a fase de prevalência do ego, com sua mão fechada, pronta para o soco, ou então crispada sobre e empunhadura da espada; b) a seguir surge a etapa da mão aberta e estendida, que resulta do trabalho sobre a dimensão egóica; c) por fim vem a mão estendida, que se continua por um braço, que por sua vez se alia a outro e ambos se dispõem a abraçar.

Os braços pertencem a um corpo. No estado atual de nossa cultura, este é comandado pelas determinações do ego não trabalhado, que precisa dele para utilizá-lo como arma ou ferramenta, dado que é assim que exerce a competição e a agressividade. O ego “possui” o corpo, e essa relação dividida transforma a vida das pessoas em uma sucessão de apegos, disputas e conflitos.


Já a experiência do ego trabalhado muda esse horizonte, porque torna-se claro que não possuímos o nosso corpo: nós o somos. Entendida dessa forma, a corporeidade passa a ser vivida como uma intercorporeidade — e assim nos damos conta de que o corpo é o lugar onde se fundem o morador e a morada, a teoria e a prática, o abstrato e o concreto, o ser e o nada.
Da intercorporeidade emerge a espiritualidade. Esta, como escrevi antes, corresponde a uma atitude de respeito pelo mundo natural e participação em seus processos. Tudo isso começa, é claro, pela relação com o outro. Não estou dizendo que não se deva buscar por outros meios a transcendência, mesmo porque esta é uma dimensão necessária e fundamental para o ser humano. O ponto no qual insisto é que nenhuma iniciativa de religação pode ser tomada sem que primeiro se chegue ao ponto mais importante de todo o processo, que é a legitimação da figura do outro.

Se a busca do outro é a procura da integração no mundo, dizer que o amor é uma dimensão biológica só na aparência é uma redução. Uma reflexão mais aprofundada revela que apenas por meio do outro é possível ampliar e transcender as limitações de nossa fragmentação e solidão existencial.

A busca da alteridade é inerente à condição humana. Já sabemos que a localização anatômica de nossos olhos revela que eles estão orientados para enxergar o outro. Também não podemos abraçar a nós mesmos: só o outro pode abraçar-nos. Eis por que precisamos dele: para que nos abrace e assim nos ajude a saber que existimos".


Humberto Mariotti
Os cinco saberes do pensamento complexo
In: http://www.geocities.com/pluriversu/piaget.html

sexta-feira, setembro 22, 2006

"A verdadeira viagem da descoberta não é achar novas terras, mas ver o território com novos olhos."

Marcel Proust

quinta-feira, setembro 21, 2006



"Uso a imagem da flor de cacto, porque acredito que podemos e devemos fazer uso de nossas potencialidades para proferir a crítica mais severa aos desmandos da civilização, em qualquer de suas formas, sem, entretanto ficar de mal com a vida. Toda reflexão crítica marcada pela amargura dificulta ou impede de ver o embrião da flor de cacto em sua provável condição de emergir a qualquer momento. Além disso, vale lembrar que os efeitos do ressentimento e da amargura não geram o desejo de vida, e que, portanto, somos mais úteis ao mundo transformando dores em alegrias, do que espalhando espinhos.

Somos responsáveis, queiramos ou não, pelo desenvolvimento de uma visão de mundo, de universo, de sociedade, de homem. E porque somos seres na linguagem, esse fato tem conseqüências teóricas e práticas. Nenhuma interpretação do mundo e dos fenômenos é incolor, inodora, ingênua ou inconseqüente. Por isso é melhor carregar nas cores que produzem vida, movimento e transformação, do que nos limitarmos ao retrato em preto e branco."


Maria da Conceição de Almeida


Gravação do DVD: Circo Voador
20/09/06

terça-feira, setembro 19, 2006

Se Tudo Pode Acontecer

Composição: Arnado Antunes / Paulo Tatit / Alice Ruiz / João Bandeira

Se tudo pode acontecer
Se pode acontecer
Qualquer coisa
Um deserto florescer
Uma nuvem cheia não chover
Pode alguém aparecer
E acontecer de ser você
Um cometa vir ao chão
Um relâmpago na escuridão
E a gente caminhando
De mão dada
de qualquer maneira
Eu quero que esse momento
Dure a vida inteira
E além da vida
Ainda de manhã
No outro dia
Se for eu e você
Se assim acontecer

segunda-feira, setembro 18, 2006

Mais Simples

Composição: José Miguel Wisnik

É sobre-humano amar
'cê sabe muito bem
É sobre-humano amar, sentir,
Doer, gozar
Ser feliz
Vê que sou eu quem te diz
Não fique triste assim
É soberano e está em ti querer até
Muito mais

A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples?

Mas deixa tudo e me chama
Eu gosto de te ter
Como se já não fosse a coisa mais humana
Esquecer
É sobre-humano viver
E como não seria
Sinto que fiz esta canção em parceria
Com você

A vida leva e traz
A vida faz e refaz
Será que quer achar
Sua expressão mais simples?

In:
http://www.mpbnet.com.br/musicos/ze.miguel.wisnik/letras/mais_simples.htm

sexta-feira, setembro 15, 2006

terça-feira, setembro 12, 2006

Conhecer...



" o conhecer não se dispõe como uma árvore com um ponto de partida sólido, que cresce gradualmente até esgotar tudo o que há para conhecer. Assemelha-se mais à situação do rapaz na Galeria dos Quadros de Escher. O quadro que ele vê transforma-se de modo gradual e imperceptível... na cidade em que está a galeria! Não sabemos onde situar o ponto de partida: fora, dentro? É a cidade ou a mente do rapaz? "
(Maturana & Varela - A Árvore do Conhecimento, 2001: 265-266)

domingo, setembro 10, 2006

Rainer Maria Rilke


"Seja paciente com as coisas não-resolvidas

em seu coração...
Tente amar as próprias questões...

Não procure agora as respostas
que não podem ser dadas
pois você não seria capaz
de vivê-las.
E o mais importante,
é viver tudo.

Viva as questões agora.
Talvez você possa, então,
pouco a pouco,
sem mesmo perceber,
Conviver, algum dia distante,
com as respostas."

Jorge Luis Borges

Laberinto

No habrá nunca una puerta. Estás adentro
Y el alcázar abarca el universo
Y no tiene ni anverso ni reverso
Ni externo muro ni secreto centro.
No esperes que el rigor de tu camino
Que tercamente se bifurca en otro,
Que tercamente se bifurca en otro,
Tendrá fin. Es de hierro tu destino
Como tu juez. No aguardes la embestida
Del toro que es un hombre y cuya extraña
Forma plural da horror a la maraña
De interminable piedra entretejida.
No existe. Nada esperes. Ni siquiera
En el negro crepúsculo la fiera.


(De «Elogio de la sombra»)

quarta-feira, setembro 06, 2006

Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

domingo, setembro 03, 2006

Caminante no hay camino - Antonio Machado

Caminhante, são teus rastros
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há-de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.


Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
Caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.
Al andar se hace el camino,
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino
sino estelas en la mar.


sexta-feira, setembro 01, 2006

Salve Boedromion!


Setembro é o nono mês do ano no Calendário Gregoriano, tendo a duração de 30 dias. Setembro deve o seu nome à palavra latina septem (sete), dado que era o sétimo mês do Calendário Romano, que começava em Março. Na Grécia Antiga, Setembro chamava-se Boedromion.

Por volta de 22 de setembro, o Sol cruza o equador celeste rumo ao sul; é o equinócio de setembro, começo do outono no Hemisfério Norte e da primavera no Hemisfério Sul.