· Princípio vital: assim como tudo o que vive se auto-regenera numa tensão irredutível para o futuro, também todo o humano regenera a esperança regenerando sua vida. Não é a esperança o que faz viver, é o viver que cria a esperança que permite viver.
· Princípio do inconcebível: todas as grandes transformações ou criações foram impensáveis antes de ocorrer.
· Princípio do improvável: todos os acontecimentos felizes da história foram, a priori, improváveis.
· Princípio da toupeira: que cava suas galerias subterrâneas e transforma o subsolo antes que a superfície se veja afetada.
· Princípio de salvação: é a consciência do perigo que, segundo Hölderlin, sabe que "onde cresce o perigo, cresce também o que salva".
· Princípio antropológico: é a constatação de que Homo sapiens/demens usou até o presente uma pequena porção das possibilidades de seu espírito/cérebro. Isso supõe compreender que a humanidade se encontra longe de ter esgotado suas possibilidades intelectuais, afetivas, culturais, civilizacionais, sociais e políticas. Nossa cultura atual corresponde ainda à pré-história do espírito humano e nossa civilização não ultrapassou a idade de ferro planetária.
Estes princípios não trazem consigo nenhuma segurança, mas não podemos livrar-nos nem da desesperança nem da esperança. A odisséia da humanidade permanece desconhecida, mas a missão da educação planetária não é parte da luta final, e sim da luta inicial pela defesa e pelo devir de nossas finalidades terrestres; a salvaguarda da humanidade e o prosseguimento da hominização. (p.111)
Os Seis princípios de Esperança na Desesperança IN: MORIN, E., CIURANA, E. & MOTTA, R., 2003: Educar na era planetária – o pensamento complexo como método de aprendizagem pelo erro e incerteza humana – São Paulo: Cortez Editora; Brasília, DF: UNESCO
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